ESTABELECENDO LIMITES

Os pequenos precisam aprender a ter limites, principalmente porque estabelecer regras e fazer a criança conviver com elas é fundamental para a formação de adultos equilibrados e seguros.

Primeiro, porque dizer não quando necessário, é uma forma de mostrar às crianças que nem tudo é possível. E a vida é assim, cheia de “nãos” pela frente. Dessa forma vão aprendendo a lidar com frustrações, à medida que percebem que o mundo não foi feito só para atender seus desejos. Caso contrário, achará que tudo é permitido, e quando mais tarde se deparar com um “não”, usará de força e grito ou se desmanchará em lágrimas, tornando-se assim uma “chantagem emocional”.

Impor limites é uma maneira de dar segurança a criança e mostrar que você se importa com ela. Dizer a ela, “não pode”, “agora não”, “espere um pouco” é uma maneira de criar crianças mais inteligentes. Uma criança sem limites não desenvolve bem sua capacidade de raciocínio lógico. Seu pensamento fica um pouco caótico. Ela pode até ter um potencial, mas fica sem disciplina, seu raciocínio fica esparso e traz poucos resultados. Os pais devem estabelecer regras claras para as crianças e ajudá-las a lidar com frustrações.

No entanto, a colocação de limites acaba sendo um aprendizado para os pais, porque muitas vezes, os adultos vão bater de frente com suas próprias dificuldades em relação aos limites. Por isso, um dos requisitos básicos é a PACIÊNCIA – os pais terão de falar vezes a mesma coisa até que a criança compreenda a regra do jogo.

É indispensável manter a CALMA. Sempre. Gritos, não só não adiantam como são o caminho mais curto para se perder a credibilidade. E palmadas, cuidado, de preferência bem poucas. Outro ponto importante é ter CONSISTÊNCIA E COERÊNCIA – as crianças aprendem com exemplo mais do que palavras. A regra deve valer para hoje, amanhã e para sempre, independentemente do estado de humor dos pais. Os pais não podem se esquecer que é necessário ter senso de justiça. Caso algum tipo de “punição” seja imposto, ela deve ser proporcional ao tamanho da “arte” e da idade da criança.

Enfim, temos de traçar estes limites desde pequenos, ensinando que tem coisas que não devem fazer e não permitir que façam tudo o que querem. Devemos ser firmes sem sermos duros, explicando-lhes sempre o porquê. Mesmo que não entendam, logo compreenderão que temos razão para negar algo e à medida que vai crescendo vai compreendendo.

Não existem regrinhas ou receitas prontas: tudo isso é muito bonito e parece dar certo na teoria… mas, a prática no dia a dia é bem diferente. Portanto, não esqueçam que a sua experiência de vida, tudo o que vivenciaram um dia, lá trás na sua infância, sem dúvida, os ajudarão e complementará esta introdução de limites aos pequenos.

Pare um instante e tente se lembrar das situações onde os seus pais lhe colocaram limites…

Como foi?

Como você se sentiu?

Você respondia?

Você obedecia?

Você enfrentava?

Pois é, antigamente bastava um simples olhar e conseguíamos entender exata e perfeitamente o que os nossos pais queriam de nós… tudo isso, também estava certo, pois foi a maneira como eles também aprenderam e nos passaram…

Bom, confiem em vocês!

Tentem equilibrar aquilo que vivenciaram e tudo aquilo que hoje vocês tem de informação e ai, com segurança, carinho e amor transmitirem isso a elas; lembrando que cada família tem sua dinâmica, seu modo de agir e pensar.

Que tal um pequeno resumo do que falamos até aqui?

– DIGA NÃO – ele não vai deixar de gostar de você por causa disso
SEJA COERENTE – se a mãe diz que sim, o pai concorda, e vice e versa. Discutam depois, sozinhos.
NÃO RECUE – ele sente-se inseguro, se as ordens não são para valer.
SEJA FIRME – não se impressione, se ele testar seus limites. Ele só não pode ganhar.
EXERÇA AUTORIDADE – nada de “quando seu pai (ou mãe) chegar você vai ver”.
POUCA EXPLICAÇÃO – a capacidade de compreensão muda com a idade. Explicações curtas até 3 anos e abrangentes aos 5 anos.
GRITO – Cuidado com os gritos. Se você grita, põe a autoridade em risco e dá um mau exemplo para ele.
– PALMADAS – nada de agressões físicas. Bater é a confissão de que você não consegue manter a situação sob controle.
– CHORO – muitas vezes, ele usa o choro para “manobrar” os pais. Vocês sabem quando o choro é de sono, cansaço, birra, dor, medo, não é?

Finalmente, chegamos à conclusão que a falta de limites é mesmo um grande vilão da história, pois é um dos males do mundo moderno e podemos observá-los em todas as camadas sociais, prejudicando as condutas e as relações interpessoais pela ausência dessas regras.

Isto a curto e médio prazo pode prejudicar todo o processo de aprendizagem, pois a criança não consegue lidar com frustrações, não tem vontade, nem persistência em aprender, sente-se desatenta, agitada, com medo, desencadeando sentimentos negativos que podem vir a comprometer sua auto-estima.

Vale a pena então, pensarmos a respeito e não esquecer que o desenvolvimento psicológico da criança depende de uma relação saudável com os pais, onde o respeito e afeto são elementos fundamentais para se criar laços de confiança entre a criança e o outro, preparando-os através deste forte alicerce para os grandes seres humanos do futuro.

Esperamos ter ajudado vocês um pouquinho.

Contem sempre conosco!

Com Carinho,
Salamê Minguê